Os moradores de Caraúbas reviveram ontem de manhã
cenas que queriam eles que não fizessem mais parte da realidade daquela cidade.
Cerca de dez homens armados, em duas camionetas, entraram na cidade atirando
para o alto e ao chegar em frente ao frigorífico do comerciante José Wilson
Praxedes, 46 anos, no Centro, começaram a atirar. Foram vários tiros de armas
de grosso calibre. O empresário, uma filha de 16 anos e um morador que passava
pela rua na hora do ocorrido foram alvejados e socorridos para o Hospital
Regional Tarcísio Maia (HRTM), em Mossoró. Nenhum deles corre risco de morte.
Depois de atirar várias vezes em direção ao
frigorífico e à casa do comerciante, que fica no primeiro andar, os bandidos
fugiram. Somente minutos depois policiais militares chegaram ao local.
Atualmente o município não conta com delegado de Polícia Civil e somente três
militares estavam na companhia da PM na manhã de ontem. José Wilson Praxedes
foi alvejado na região do ombro e do tórax. Ele ficou internado no Hospital
Tarcísio Maia. Sua filha, Wesla Susy Praxedes, 16 anos, foi alvejada com um
tiro no rosto e foi transferida ontem para o Hospital Walfredo Gurgel, em
Natal. Francisco Irlânio Alves de Lima, 31 anos, estava passando na rua e foi
alvejado. Ele foi atendido no hospital de Caraúbas e passa bem.
Os bandidos chegaram à cidade pouco depois das 6h
e, logo ao chegar ao Centro, começaram a atirar, causando pânico entre os
moradores que estavam na rua. O comerciante e a filha estavam dentro do
frigorífico quando foram alvejados. A camioneta usada pelo grupo foi achada no
fim da manhã de ontem, no sítio Jordão - zona rural do município - com várias
cápsulas de escopeta e fuzil. Ela havia sido roubada na Paraíba. O delegado da
Divisão de Polícia do Oeste (DIVIPOE), Odilon Teodósio, está comandando a
investigação sobre o crime. Ele disse que ontem mesmo policiais militares e os
delegados Clayton Pinho e Getúlio Medeiros iniciaram os depoimentos de
testemunhas e as buscas aos suspeitos.
Juíza pede reforço policial para a cidade
O crime instalou novamente em Caraúbas o medo e
apreensão da época em que a rixa entre integrantes das famílias Carneiro,
Fernandes e Simeão provocou execuções e até chacinas no município. A Juíza da
comarca, Daniela Rosado, conversou ontem como o comandante geral da Polícia
Militar, Coronel Francisco Araújo, e com o secretário estadual de segurança
pública, Aldair Rocha, para cobrar mais segurança na cidade. "O Ministério
Público iniciou um trabalho pedindo a nomeação de um delegado para a cidade e o
aumento do efetivo da PM, porque a situação de Caraúbas é especial", comentou,
em referências à histórica briga de famílias na cidade.
A delegacia de Polícia Civil da cidade não tem
delegado nem escrivão e a companhia da PM tem poucos policiais. Depois do crime
o comando geral nomeou o Capitão Carvalho para assumir o comando da companhia da
cidade e instalar um Grupo Tático Operacional (GTO) para reforçar o
policiamento. "Eu estava em Alexandria e fui comunicado hoje (ontem) da
transferência para Caraúbas. A missão é criar um GTO, com 16 policiais à
disposição", disse o novo comandante.
O delegado Odilon Teodósio, da Divipo, criticou o
estado em que estava a segurança do município. "É preciso ter delegados
novos nessa região. Ficamos sabendo que algumas investigações não estavam
andando como deveria aí na cidade (Caraúbas) isso tudo compromete a
segurança", disse.
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