O uso de drogas ilícitas nas dependências da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (UFRN) está preocupando pais e alunos da instituição.
Relatos de estudantes mostram que a situação está ficando fora de controle e
que o uso de entorpecentes acontece a qualquer hora do dia e, ao contrário do
que pode-se imaginar, em locais de intensa movimentação como os corredores das
salas de aulas. Maconha, cocaína e até o crack foram as drogas citadas pelos
alunos e professores que falaram com a equipe de O Poti/Diário de Natal. O
problema se agrava com a impossibilidade de atuação da Polícia Militar dentro
do campus, por se tratar de uma área federal, e a falta de pessoal suficiente
para fazer a guarda da UFRN.
A denúncia do uso explícito e excessivo de drogas na universidade partiu de um servidor e foi confirmada por muitos alunos e alguns professores, mas quase todos pediram para se manter no anonimato, temendo represálias. De acordo com o servidor, a reitoria tem conhecimento da prática, mas não toma medidas contundentes para combatê-la. "Todo mundo sabe, os professores sabem, a reitora sabe, é um fato comprovado. Basta andar nos corredores da UFRN para presenciar alguém fumando maconha. As pessoas fazem uso de drogas durante o dia, à noite, sem nenhum constrangimento. E não é só maconha, existem registros de uso de crack e cocaína nas dependências do campus", disse o servidor.
A denúncia do uso explícito e excessivo de drogas na universidade partiu de um servidor e foi confirmada por muitos alunos e alguns professores, mas quase todos pediram para se manter no anonimato, temendo represálias. De acordo com o servidor, a reitoria tem conhecimento da prática, mas não toma medidas contundentes para combatê-la. "Todo mundo sabe, os professores sabem, a reitora sabe, é um fato comprovado. Basta andar nos corredores da UFRN para presenciar alguém fumando maconha. As pessoas fazem uso de drogas durante o dia, à noite, sem nenhum constrangimento. E não é só maconha, existem registros de uso de crack e cocaína nas dependências do campus", disse o servidor.
Segundo ele, estudantes, servidores e até mesmo pessoas que não fazem
parte da comunidade acadêmica, se sentem seguros usando drogas dentro da
universidade já que a Polícia Militar não faz ronda no local. "Digamos que
é um ambiente seguro para o uso de drogas porque a PM não entra na instituição,
então os usuários ficam muito à vontade. A situação é muito preocupante porque
uma vez que a droga chega à universidade presume-se que alguém está levando.
Não existem provas, mas há evidências de que já existe tráfico de drogas dentro
da UFRN. O assunto é muito sério e existe uma inércia em relação a uma política
de combate. O discurso dos gestores é que a universidade é uma instituição
democrática, pública, mas o uso de drogas vai de encontro à dignidade
universitária. Além disso, em uma democracia as pessoas também precisam cumprir
as leis e as drogas não são liberadas no Brasil.", afirmou.
A estudante de enfermagem Bruna Paulino, de 21 anos, não teve receio de
se identificar e confirmou que o uso de maconha nas dependências da UFRN se
tornou algo banal aos olhos dos gestores da instituição. "É muito comum o
uso de drogas tanto por alunos quanto por servidores. Eu já presenciei
servidores fumando maconha dentro da copa, alunos fumando nos corredores. É tão
comum, se tornou tão banal, que nem parece que se trata de uma universidade de
um país onde as drogas não são legalizadas. Está todo mundo tão acostumado que
as pessoas que não se acostumam com esse convívio com as drogas, como eu, por
exemplo, são tratadas como se fossem as erradas", disse.
Pró-reitora não reconhece problema nas proporções relatadas em denúncia
Procurada pela reportagem de O Poti/Diário de Natal, a pró-reitora de
Assuntos Estudantis, Janeusa Trindade, afirmou que a instituição não tem
conhecimento do uso de drogas dentro da UFRN nas proporções relatadas nesta
matéria. Ela explicou que a instituição segue à risca a resolução nº. 53/2009
que "regulamenta procedimentos administrativos de prevenção e combate a
drogas lícitas e ilícitas no âmbito da UFRN, bem como de apoio social e atenção
a usuários" e ressaltou o procedimento adotado pela universidade em casos
de uso de drogas nas dependências da instituição.
"A segurança patrimonial é responsável por manter a ordem dentro
do campus. Se o segurança faz o diagnóstico que têm usuários ele comunica o
fato à reitoria e a ela instaura um processo de investigação. O segurança pode
inclusive abordar a pessoa, e solicitar que ela se retire da instituição, mas
ele não tem poder de dar voz prisão, porque só quem tem essa autoridade aqui
dentro é a Polícia Federal porque aqui é uma instituição federal",
explicoua pró-reitora.
Janeusa Trindade ressaltou que a UFRN é terminantemente contra o uso de
drogas, mas admitiu que existem usuários em todos os segmentos: professores,
alunos, e servidores em geral. "Aqui dentro da universidade nós temos
pessoas que são adeptas, defensoras do uso da maconha, por exemplo. Nós já
tivemos inclusive uma marcha da maconha que aconteceu dentro do campus. Nós
vivemos em um ambiente democrático e temos que ouvir todos os discursos, mas
nós - como formadores - somos contra o uso, e não somos coniventes com o uso de
drogas", disse.
Investigação
Em relação a um possível tráfico de drogas dentro da instituição, a
pró-reitora afirmou que a denúncia será apurada, levada à reitoria, para que
sejam tomadas as medidas cabíveis. "É importante este tipo de denúncia
para que a gente leve essa preocupação da sociedade à reitora para começar um
novo caminho de abordagem, fazer uma reconstrução desse processo de combate e
prevenção. A nossa preocupação é proteger quem está dentro da UFRN dessa
entradade droga e, se for o caso, iremos acionar a Polícia Federal que é quem
tem autoridade aqui dentro. Denúncias como essas são importantes para
redimensionar as nossas ações", afirmou.
Fonte: Fernanda Zauli, da redação do Diário de Natal
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