Atuar com excelência, sem falhas no
esquema, exige investimentos à altura do evento. O alerta partiu dos
representantes das polícias Civil e Militar no Comitê Estadual de Segurança da
Copa 2014. Para o delegado Stênio Pimentel, sem a contratação de efetivo e
ampliação de infraestrutura a Polícia Civil não tem condições de executar com
eficiência as ações que estão sendo definidas. "A estrutura e o efetivo
que se tem hoje não atende nem a demanda atual, então ou o governo abre
recursos ou a cidade fica em situação complicada". Segundo ele, até a
Copa, pelo menos 400 policiais civis devem se aposentar. Hoje, a Civil tem 500
homens aprovados em concurso público, e já formados, aguardando convocação.
"Teria que convocar esses homens e mais 300. Não podemos sacrificar outras
regiões da cidade em detrimento da Copa", alerta.
Em relação a comunicação na área de Segurança, Natal já tem
uma boa estrutura.
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Além disso, a Polícia Civil precisa de armas não letais e detectores de metais, instrumentos que não dispõe. Somente uma arma não letal custa próximo de US$ 1 mil. Um ponto crucial, segundo o delegado, é a situação da 5a. DP, que funciona em casa alugada nas imediações do Caic. "O que vamos sugerir no plano é que esta DP seja uma delegacia modelo. Isso é algo urgente e que precisa ser consolidado até a Copa". A estimativa é de investimentos de R$ 50 milhões.
O plano inclui a construção de duas
delegacias modelos e aquisição de quatro unidades móveis, que funcionariam como
delegacias. O custo de uma unidade móvel é de R$ 300 mil. Já na PM, a
estimativa de investimentos é da ordem de R$ 100 milhões para as áreas de operações,
inteligência, logística e projetos especiais, como monitoramento eletrônico,
além da ampliação do efetivo.
O representante da PM no Comitê,
tenente coronel Zacarias Mendonça, disse que a expectativa é saber quanto será
investido. "Know-how nós temos. Com as condições de hoje, faríamos um bom
trabalho, dentro das nossas limitações, como fazemos o Carnatal, que é a
micareta mais segura do país. Talvez, não se tenha a excelência que se quer
para 2014. Isso depende de se concretizar os investimentos previstos",
afirmou. Ele disse que os investimentos devem ser gradativos até a Copa.
"Não sabemos se nesse patamar que estimamos, mas eles não podem deixar de
acontecer".
Pelos planos preliminares, a PM deve
empregar maior volume de investimento na aquisição de viaturas, armamento,
formação e capacitação. Segundo Coronel Mendonça, por dia, a PM deve manter 50
viaturas, 80 motocicletas e, no mínimo, 3 mil homens nos perímetros de
segurança. Para isso, a PM estima contratar mil policiais, por ano, até 2014.
Em termos de segurança, o Estado sai
na frente, quanto se trata de comunicações. Hoje, todo o sistema de rádio na
região metropolitana de Natal é digital, integrando as polícias Militar e
Civil; a Guarda Municipal, o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil. Ao Ciosp
estão conectados, atualmente, 1.200 rádios. Já o sistema de monitoramento é
alimentado por 41 câmeras [18 são da Seecretaria de Mobilidade Urbana,
compartilhadas com a PM].
Integração de forças é o lema do
esquema de segurança
Além da Arena das Dunas, foco do
Mundial, a Fifa define sete perímetros de segurança: aeroportos, portos,
estradas, centros de treinamento, pontos turísticos, rede hoteleira e Fan
festa. Nesses pontos prioritários, a atuação de cada uma das forças de
segurança está definida em um Caderno de Atribuições, construído pelo
Ministério da Justiça, de acordo com as diretrizes da Fifa. As ações devem ser
articuladas e integradas.
"Nenhum de nós vai conseguir
fazer um bom trabalho, sem que ação esteja integrada. Isso é fundamental",
afirmou o delegado da Polícia Federal, Elton de Souza Zanatta, que integra o
Comitê Estadual de Segurança para a Copa. No caso da Polícia Federal, além da
proteção dos bens de interesse da União, a corporação vai atuar nos portos,
aeroportos e nas operações especializadas, algumas vezes em cojunto com outras
forças de seguança, como a PM.
O trabalho junto a Interpol, no
contato com outros países para identificação de possíveis situações de risco e
na segurança de dignitários (diplomatas e convidados) também serão da esfera da
PF. No aeroporto, por exemplo, deve ser montada uma estrutura com delegado,
escrivão e, no mínimo, seis agentes. A PF tem 224 policiais e a expectativa é
ampliar o número em 20%. No caso da
Polícia Militar são atribuições a
garantia do policiamento preventivo e ostensivo no local do evento - num raio
de 5 km do centro do estádio e em todos os outros perímetros listados pela
Fifa, inclusive nos três centros de treinamentos previstos - estádio do ABC,
Sesi e Campus da UFRN. No entorno do Arena das Dunas serão três anéis de
segurança, um deles com detectores de metais.
No caso do Corpo do Bombeiros, o
planejamento é trabalhar com Força Tarefas, com junção de várias unidades. A
previsão é montar, pelo menos, seis grupos de forças tarefas, com viaturas
autobomba tanque, combate de incêndio, salvamento, controle de incidentes com
produtos perigosos e regaste.
"Dentro das diretrizes da Fifa,
estamos montando força tarefa de apoio para trabalhar de forma descentralizada.
Essas bases vão estar nas áreas de maior vulnerabilidade", explicou Major
Flávio Henrique Santos Lima.
TN ONLINE
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