Os policiais militares do Rio Grande do Norte podem
cruzar os braços a partir de hoje, caso não encontrem condições de trabalho
satisfatórias. Segundo o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da PM
(ACS/RN), o cabo PM Jeoás Nascimento, a mobilização está sendo motivada pela
falta de equipamentos e má manutenção das viaturas para o patrulhamento
ostensivo. Ele explica que, caso os servidores da segurança notem que não há
coletes a prova de balas ou que os veículos estejam em péssimas condições de
circulação, eles não irão sair para o policiamento nas ruas. O comandante geral
da PM potiguar, o coronel Francisco Araújo Silva, afirmou que há coletes para
todos os policiais que estiverem em patrulhamento e que as viaturas alugadas
serão trocadas na próxima semana.
Mais coletes e novas viaturas são algumas das
reivindicações de material Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press
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Mais coletes e novas viaturas são algumas das
reivindicações de material Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press Jeoás Nascimento diz
que o objetivo do movimento é dar segurança ao policial para que ele possa
prestar o atendimento à população. O cabo diz que a categoria está insatisfeita
com as últimas mortes de PMsno estado, não somente daqueles que foram
assassinados, mas também dos que morreram em acidentes durante o serviço.
"Em agosto, o soldado (Mário) Pimentel morreu quando a viatura em que ele
estava capotou na pista. O veículo estava com os pneus gastos".
Segundo o cabo, o Estado não faz a manutenção das
viaturas com frequência, deixando em risco os servidores que as utilizam.
"Mas não são somente as viaturas, mas também há a falta de equipamentos. O
efetivo da polícia é de 10 mil homens e a PM só possui 600 coletes à prova de
balas. Não há armas suficientes, os policiais têm de comprar suas próprias pistolas".
Por causa disso, haverá hoje uma assembleia para
decidir os rumos da mobilização. De antemão, Jeoás Nascimento explica que os
policiais, a partir de então, irão fazer uma avaliação de suas condições de
trabalho antes de sair para o patrulhamento. "Caso ele não encontre
segurança para trabalhar, deve requerer por escrito as condições necessárias ao
seu superior e, então, não realizar a atividade de patrulhamento". De
acordo com o presidente da ACS, essa orientação é permanente. "Será assim
daqui em diante, sem interrupção".
O coronel Araújo garante que o número de coletes
existentes na corporação é suficiente para dar segurança a todos que estão de
serviço de patrulhamento. "Todos os que saem para as ruas vão de colete e
armamento. Quando acaba o expediente, ele deixa no quartel e o que assume os
utiliza". Ainda segundo o comandante, este ano já foram adquiridos 466
novos coletes e o governo autorizou a compra de mais 1,1 mil. "Semana que
vem estaremos recebendo as viaturas locadas novas, que substituirão as que
estão há mais de 2 em uso".
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