domingo, 18 de dezembro de 2011

HOMICÍDIOS EM NATAL TÊM CRESCIMENTO DE 251%


Marcelo Silva Santos foi assassinado na tarde da última quinta-feira, na comunidade da África, localizado na praia da Redinha, zona Norte de Natal. O crime ocorreu por volta das 14h. Marcelo andava de bicicleta quando foi alvejado com tiros. A polícia realizou diligências pelo local, mas não encontrou os suspeitos da morte do rapaz. Esse foi mais um homicídio que entrou para as estatísticas da Polícia Militar do Rio Grande do Norte. Segundo o Mapa da Violência 2012, divulgado essa semana pelo Instituto Sangari, a capital do Estado, nos últimos dez anos, acumulou a terceira maior taxa de crescimento desse tipo de crime no Nordeste. Com variação de 251,4%, Natal só perde para São Luís-MA e Salvador-BA no ranking da violência urbana.

Maioria dos crimes está ligada ao tráfico de drogas,
garante comandante da PM, coronel Francisco Araújo
O estudo mostra ainda que, se comparado os números de homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes, Natal é a segunda capital com o menor taxa do país. Em entrevista concedida à TRIBUNA DO NORTE em julho passado, quando analisou o crescimento desse tipo de crime na capital, especialmente à noite, o comandante da Polícia Militar do Estado, coronel Francisco Araújo, os números estão diretamente relacionados ao tráfico de drogas.


"A maioria dos homicídios ocorre em consequência de endividamentos com traficantes. O criminoso escolhe o período da noite para acertar as contas porque é mais difícil ele ser reconhecido por possíveis testemunhas. Quase sempre, a vítima é atingida após ação de uma dupla usando moto", afirmou.
A reportagem procurou o titular da secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), Aldair da Rocha, para comentar o assunto e saber quais as metas da secretaria para diminuir os índices de criminalidade na capital. Porém, a assessoria de imprensa da Sesed informou que o secretário só estaria disponível para conceder entrevista na próxima semana. O secretário adjunto da pasta, Clidenor Cosme da Silva Júnior, também não estava disponível para receber a reportagem.

O Mapa da Violência não traz os números de 2011. A Sesed divulgou os dados somente do primeiro semestre. Até julho desse ano, foram contabilizados 144 homicídios na capital potiguar. O ano começou violento. Com quase um homicídio por dia, janeiro registou a impressionante marca de 29 assassinatos. Em segundo lugar no "ranking da morte", aparece o mês de abril com 28 crimes com morte. "Janeiro é o mês em que acontece muitos acertos de contas. O usuário, por conta das festas de fim de ano, Carnatal, consome uma quantidade maior de droga. Ele deixa uma conta não paga. No mês seguinte, o traficante vai atrás. Se o usuário não tiver dinheiro, paga com a vida", explicou coronel Araújo.

Divisão de Homicídios não saiu do papel

Apontado com prioridade número "1" da atual gestão da Sesed, a Divisão de Homicídios ainda não saiu do papel. Na verdade, nem no papel está concretizada ainda. O que seria criado através de um projeto de lei, agora será por um decreto da governadora Rosalba Ciarlini. Isso ocorreu com objetivo de não gerar mais gastos para o Executivo. A estrutura da Divisão, apontada como o que seria o grande avanço na investigação de crimes contra a vida, virá da atual e já deficitária estrutura da Polícia Civil. Esta semana, Silva Júnior, afirmou que até fevereiro a Divisão estará funcionando. Ele reconheceu as dificuldades e disse que trabalha para revertê-las. "Precisamos avançar hoje na questão dos homicídios. É imperioso criar a Divisão de Homicídios. Não conseguimos criá-la ainda por falta de delegados", disse.

De acordo com o secretário adjunto, o decreto que cria a Divisão já está em andamento e encontra-se com o Delegado-Geral da Polícia Civil, Fábio Rogério, há cerca de 20 dias. "Quando concretizada, o avanço será muito grande e com sucesso comprovado em outros Estados, como Ceará e Pernambuco. Achamos que vai dá pra remanejar o efetivo mínimo para o funcionamento da Divisão. Imagino que até o mês de fevereiro do próximo ano a Divisão estará funcionando. Estamos hoje atrás da questão estrutural, prédio para alugar", afirmou.

De acordo com Silva Júnior, a nova Divisão congregará várias delegacias. "Na capital, elas vão atender 24 horas por dia, estando em todas as cenas de crimes como homicídio. No local, o delegado dá início a investigação a partir dali, com todos os indícios que possam ser coletados", explicou.

TRIBUNADONORTE

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